Análise da expansão neopentecostal, Igreja Mundial do Poder de Deus

Resumo

O crescimento do movimento pentecostal no cenário religioso brasileiro é um fato impossível de ignorar. Desde sua chegada ao Brasil no início do século XX, expandiu e consolidou-se de tal forma que não só ocupa o território nacional como também se tornou exportador de denominações pentecostais, culminando em um movimento religioso nacional de méritos. Segundo Dowley (2009), desde a década de 1990, “os pentecostais se tornaram o maior agrupamento protestante do planeta. São frequentemente considerados a terceira força do cristianismo, junto com os católicos e protestantes históricos”. Segundo Siepierski (1987, p. 38), “a igreja Assembléia de Deus (AD), pioneira na inserção do pentecostalismo no Brasil ao lado da Congregação Cristã no Brasil, alcançou no recife o crescimento extraordinário de 11. 079 membros em apenas cinco anos (1980-1984)”, em outras palavras pode-se dizer que esta igreja local cresceu em cinco anos, quase o mesmo número de membros que a igreja Presbiteriana do Brasil (Igreja de origem reformada), em Pernambuco incorporou em mais de um século. Cinco anos após o inicio do movimento no Brasil a AD havia atingido um Estado do Norte e 2 do Nordeste brasileiro. Em 1920 estava presente em nove estados, em 1925 eram 15 os estados atingidos, quando chegou a década de 1930 já eram 20 e 13. 511 membros, em 1964 possuía um total de 950. 000 adeptos e crescia 15% ao ano, o que levou a ser considerada a maior igreja protestante da América Latina (DREHER, 1999). Todavia um pentecostalismo ainda mais recente tem se mostrado mais poderoso no quesito expansão, contagiante e estimulador de paixões, além de já ter conquistado o seu espaço no Brasil, igrejas do movimento, têm lutado como que se fossem igrejas grandes e de tradição em meio à sociedade brasileira, como, por exemplo, a igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que no de 1985 em Pernambuco possuía cerca 15 templos religiosos com aproximadamente um número de 3. 000 fiéis, tendo a sua implantação no ano de 1981, que em comparação com CCB é uma progressão fabulosa, pois a CCB foi implantada no mesmo estado no ano de 1921 e possuía em 1985 cerca de 2000 fiéis com o número total de 45 templos, uma diferença de “1000” fiéis com um total de 30 templos a menos. Partindo destes pressupostos, a pergunta que se faz é: Quais são as razões desta expansão tão extraordinária, notória e acelerada no contexto religioso da sociedade brasileira das igrejas neopentecostais? Qual o fator que dá origem ao pentecostalismo e alicerça suas práticas proporcionando tão grande força para a sua expansão? Intrínseco aos esforços da pesquisa para responder essas indagações está o desejo de analisar em especial o crescimento da Igreja Mundial do poder de Deus (IMPD). Buscando através da pesquisa, alcançar o aprofundamento do conhecimento científico, compreender o porquê do crescimento das igrejas chamadas neopentecostais e analisar o comportamento da IMPD na tentativa de identificar quais fatores levam a propulsão e a tão grande expansão desta nova força do campo religioso, apontando quais são as estratégias e métodos mais eficazes em meio à sociedade contemporânea. Segundo Passos (2005, p. 23), “as religiões nascem e mudam historicamente na relação com suas origens. Sem uma origem que forneça, permanentemente, sentido para cada grupo religioso, este tende a desaparecer”. Sendo assim, apresentaremos o conceito de origem do pentecostalismo que alicerça sua expansão. Segundo Berger (1985, p. 16), “o processo dialético fundamental da sociedade consiste em três momentos [...] São a exteriorização, objetivação e interiorização”. Desta forma, serão apresentados dados que indiquem as possíveis adaptações do objeto de pesquisa à sociedade contemporânea. Para um desenvolvimento satisfatório da pesquisa abordamos o problema de forma qualitativa, considerando ser a melhor maneira para a coleta dos dados. Aplicando na mesma o método dialético que auxilia numa interpretação mais dinâmica e totalizante da realidade, considerando o contexto social, político, cultural. Acolitado pela pesquisa bibliográfica e participante.